8 de fev. de 2010

Oi amor!



Ainda ontem revirei minha caixinha de lembranças. Escolhi ver as nossas fotos. Aquelas que tirávamos nas festas, no parque, dentro de casa, lembra? Bons momentos aqueles querido, onde não existiam dias tristes, nem essa tal solidão que resolveu outro dia bater a minha porta. Sabe o que é? Hoje pensei em te escrever e colocar no envelope nossa foto em preto e branco. Resolvi passar um batom cor de rosa e beijar o papel. Pensei até em colocar gotinhas do meu perfume na carta, como fazia quando era criança e mandava bilhetinhos apaixonados pro namoradinho da escola. Mas então pensei que eles não chegariam tão vivos até você. E eu sou viva, sou a excentricidade em pessoa. Não seria justo mandar meus beijos e meu cheiro pelos Correios. Queria mesmo era falar perto, pegar na mão, sentir a alegria que eu sentia antes quando você me olhava e perguntava – Tudo bem?

Ah! Como eu queria voltar àqueles bons finais de semana, onde nada mais importava do que a lista de filmes e o sofá da sala. Aqueles bons finais de semana onde o tempo não era contado e o relógio nem existia. É bom lembrar meu bem, sinto tanta saudade. Lembro também que durante aqueles longos três anos, tivemos vários desentendimentos. Coisa comum pra quem se gosta, não acha? Às vezes lembro e dou risada sozinha. Como éramos tolos. Quanto tempo desperdiçamos com briguinhas bobas e ceninhas de ciúmes. Hoje lembro disso com um sorriso no rosto. Precisei mesmo viver isso. Talvez se nossas brigas não existissem, nosso amor nunca tomaria grandes proporções. E eu que achei que jamais amaria um ogro como você. E no fim, descobri que o ogro era o homem mais cavalheiro que uma mulher podia ter. E claro, não me refiro a abrir e fechar a porta do carro, nem a puxar a cadeira pra eu sentar – você sabe que não ligava pra isso. Me refiro ao poder da gentileza. Aquela pedrinha preciosa em nossas vidas. E por pior que estivessem os ânimos, você conseguia ser gentil, ser calmo e discreto. Como era boa minha vida amor!

Hoje, sinto saudade. Aquela saudade boa, entende? Sei que você está bem, e eu também estou. É só aquela sensação de que o que vivemos foi realmente bom, do começo ao fim.
E por mais que eu tente controlar, por maior esforço que eu faça, é inevitável. Todos os dias, quando o despertador toca às sete e quinze da manhã, eu olho pro lado esquerdo e lembro de você e das inúmeras manhãs de domingo.
O cristal não partiu, mas está guardado a sete chaves, dentro da caixinha – pra ninguém roubar.

Um comentário:

Anônimo disse...

É bom assim...quando acaba, mas não acaba, entende?
esmaques pra ti!
obrigada pela visita!