11 de out. de 2011

Minha nada mole vida

Há quase um ano resolvi mudar meus hábitos alimentares para realmente ‘enxugar’ alguns quilinhos. Então comecei cortando o refrigerante (não provo da tal bebida há onze meses) e como sempre me agradei de frutas, verduras e legumes, optei em organizar minhas refeições. Um papo com uma amiga nutricionista me ajudou a colocar tudo na balança (inclusive a minha pessoa) para medir o que de fato eu poderia ou não comer. (Hoje eu como tudo, tudinho mesmo, mas na dose certa!)

Foram meses de muita luta e sacrifício, a começar pelas festas de fim de ano, que me atormentaram totalmente. Mas lá estava eu, firme e forte no meu suquinho! Hoje, confesso a vocês, não sinto mais falta de refrigerante. Meu liquidificador e meu bule nunca foram tão utilizados como agora; bebo suco e chá todos os dias.

Também não lembro quando foi à última vez que comprei uma barra de chocolate. Mas aí eu confesso: Não passo pelas gôndolas de doces do supermercado. Consegui, aos poucos, equilibrar tudo. (Hoje um Big Mac, amanhã um peixe com salada haha).

Mas a idéia deste post não é falar do meu cardápio, mas dos resultados disso tudo: De novembro do ano passado até agora consegui eliminar 12 quilos. Uma média de um quilo por mês.

(Legal né?). É sim! Eu pelo menos estou bem satisfeita, apesar dos pesares.

E sabe quais são os pesares? – A maioria das pessoas dizendo que você está magra demais. Acreditem: Cada elogio vem com a recomendação final: Mas agora chega né? Já está bom assim. Como quem diz: Vá comer menina!

Bom, o que eu quero dizer é que não estou de dieta, nunca estive. Resolvi mudar, só mudar. Troquei o risoles gordurento da padaria por um salgado assado; troquei o miojo por um almoço com salada, arroz e feijão; troquei a fritura e os lanches por um pãozinho com queijo e presunto. Foi assim: uma troca bem tranqüila, sem pressa e totalmente saudável.

Nunca fui fã de magreza excessiva e detesto quem cultiva esta forma de vida. Estou longe de ser magrela e realmente não quero ser. Hoje estou muito bem com o meu corpo, e era isso o que eu realmente queria! Enquanto puder vou manter estes hábitos que me fizeram um bem danado – aliás, eu que nunca fui fã de esportes, agora ando me arriscando por aí.

Não idolatro a magreza, assim como não idolatro a obesidade. Tenho na família casos de pessoas que sofrem com o excesso de peso e as conseqüências dele: diabetes, colesterol, pressão alta...

Então antes de se atracar numa coxinha com frango e catupiry, lembre-se do velho ditado: Você é aquilo que você come.

1 de out. de 2011

Metade

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

Oswaldo Montenegro