25 de jul. de 2011

Martha: o encanto da vida moderna

Não lembro exatamente quando “descobri” Martha Medeiros. Talvez tenha
sido no lançamento de Divã (o filme) ou pelas maravilhosas poesias e crônicas
que encontrei na internet. O fato é que há algum tenho me tornei uma leitora
assídua de Martha e como toda fã que se preze, tenho passado adiante toda
essa doçura da vida moderna.

Martha me conquista pela pouca cautela em tratar do cotidiano, em falar do
amor sem tantos galanteios, em ser profunda e divertida ao mesmo tempo.
Talvez me identifique com as histórias. Talvez muitas de nós sejamos assim.
Talvez eles também sejam assim, já que os homens estão inseridos na
comédia da vida privada e aos poucos estejam derrubando o preconceito de
que Martha seja uma escritora melhor compreendida pelas mulheres.

Quem não conhecia a escritora gaúcha teve recentemente a oportunidade de
ver uma parte de seu trabalho com a série Divã, exibida pela Rede Globo e
protagonizada por Lilia Cabral.
A série, que deixou saudade, é mais um exemplo de como a rotina de uma
simples mulher pode render grandes surpresas!

Hoje, convido vocês, leitores, a desfrutarem desta que pra mim é uma das mais belas escritoras da atualidade. Para isso, selecionei algumas das minhas frases preferidas, daquelas em que eu leio e releio frequentemente.
A idéia é apenas instigá-lo a correr para a livraria em busca de Martha. Além
do conhecidíssimo Divã, ela é autora de diversas obras como “Doidas e
Santas”, “Coisas da Vida”, “Cartas Extraviadas e Outros Poemas”, “Meia Noite
e um Quarto”, “Topless”, “Trem Bala”, e o mais recente “Fora de Mim”, que eu
super recomendo!
E para quem realmente gosta de poesia, contos e crônicas, a leitura de
Adélia Prado, Clarice Lispector, Ana Maria Machado e Lya Luft também são
recomendadas!

“O tempo não cura tudo. Aliás, o tempo não cura nada, o tempo apenas tira o
incurável do centro das atenções”

“Gostar de alguém é função do coração, mas esquecer, não. É tarefa da
nossa cabecinha, que aliás é nossa em termos: tem alguma coisa lá dentro
que age por conta própria, sem dar satisfação. Quem dera um esforço de
conscientização resolvesse o assunto (...)”

"Nada tenho a ver com não gostar de mim. Me aceito impura, me gosto com
pecados, e há muito me perdoei."

"Adoro massas cinzentas, detesto cor-de-rosa. Não me considero vítima de
nada. Sou autoritária, teimosa, impulsiva e um verdadeiro desastre na cozinha.
Peça para eu arrumar uma cama e estrague meu dia. Vida doméstica é para os
gatos."

"Não gosto que me peçam para ser boa, não me peçam nada, mesmo aquilo
que eu posso dar. As relações de dependência me assustam. Não precisem
de mim com hora marcada e por um motivo concreto, precisem de mim a
todo instante, a qualquer hora, sei ouvir o chamado silencioso da amizade
verdadeira, do amor que não cobra, estarei lá sem que me vejam, sem que me
percebam, sem que me avaliem."

5 de jul. de 2011

Quando mudar já não era a palavra...

Há algum tempo percebi que havia algo errado. Era a minha vida, mas alguma coisa me dizia que aquele não era o lugar. Tudo fugia aos meus princípios... nada mais me completava. Precisava mudar, e mudei. Conheci novas pessoas, viajei, fiz cursos, aprendi novos idiomas, ouvi toda a discografia do Beatles, li os belos clássicos de Machado de Assis e então voltei. Voltei a realidade e descobri que tudo estava como antes.

Não bastava ter um cabeça quando todo o resto tinha outra. Não adiantava pensar no futuro quando a maioria ainda estava atrelada ao passado. E por fim, não adiantava tentar mudar aquele cenário. Era eu quem precisava sair dele.

E saí.