29 de jul. de 2010

Carta para Edgar

Quase dez anos se passaram e a saudade não mudou um milímetro sequer. Apesar de te contar meus segredos todas as noites, precisava te escrever e contar em detalhes como anda o mundo aqui em baixo. É difícil descrever como as coisas mudaram, como as crianças cresceram e as cores já não são as mesmas. Mas o bom é saber que depois de um desabafo cheio de frases, meu coração canta melhor.
Os dias têm sido bem corridos, pai. O relógio parece que funciona acelerado, e os meses então, eles passam num piscar de olhos. Pois veja, já estamos no final de julho e daí para o Natal é um pulo! Hoje mesmo cantarolei uma canção de natal pra mãe e ela me olhou com aquela cara de: “O natal ta longe filha!”
Talvez ela não tenha percebido que o tempo passou. Ou de repente só perceba quando alguma amiga dela nos encontra na rua e comenta sobre “como as meninas cresceram”. E crescemos mesmo viu. A Thayná por sinal está maior e mais bonita. É linda e amada por todos. Eu você sabe, continuo a mesma. Mudei pouco da foto da carteira de identidade, que fomos juntos tirar, lembra? A mãe é a mesma de dez ou vinte anos.
Pra mim, ela será sempre a mãe coruja linda e zelosa de coração maior que o mundo.
Mas bem, falando em cotidiano, a vida está interessante. Apesar de levar sustos diariamente, estou ganhando experiência nessa tal vida jornalística que escolhi. Esse aprendizado serviu para que eu controlasse melhor meus sentimentos. Tenho administrado bem minha ansiedade. Consigo respirar e contar até dez e também aprendi a sorrir para o inimigo. Ainda levo a vida bem a sério e acho difícil mudar. Sou capricorniana, geniosa, irredutível. Hoje, estou mais aprendendo do que ensinando alguma coisa. Até porque, resolvi parar de dar conselhos. Não dou e pouco peço. Tenho tratado a vida amorosa com meu simples coração. Já me machuquei tanto pai. Resolvi dar um tempo aos amores impossíveis e as paixões avassaladoras. Estamos respirando (coração e eu). Enquanto isso estou com a cabeça cheia de planos. Fico aqui, lendo bons livros, assistindo filmes e ouvindo diariamente minhas musicas preferidas. Sim pai, ouço sempre Chico Buarque e Belchior. Não há nada que mais me lembre você do que aquela música ‘Tudo outra vez’. É bonita demais não é? Descobri que Belchior me acalma e deve ser exatamente por isso, por me deixar mais próxima de você.
Ah pai, descobri um gosto enorme pela música. Não consigo passar um dia sem ouvir qualquer coisa que seja. Hoje ela é parte da minha vida, como um dia foi da sua. E tem gente que ainda não acredita em genética.
E bem, tenho ainda muitas coisas pra contar! Quero falar do último amor que não deu certo, do meu coração ferido e das crises emocionais. A insegurança bate constantemente a porta. Mas mesmo com tudo isso, muita coisa boa tem acontecido. 
Tenho acordado mais calma e sinto como se a cada manhã o sol me chamasse para a vida! Sinto como se você estivesse aqui, me abraçando e dizendo: Vá minha filha!
E eu vou pai! Vou para o mundo de cabeça erguida e olhos bem abertos!

Obrigada. Obrigada por tudo!
Um beijo doce daqueles roubados na bochecha.

Thays

27 de jul. de 2010

Um menino. A música. O sonho.
Uma viagem. Um dia. Um mês.
Dois lados. Dois mundos. Duas vidas. 
Alegria. Tristeza. Sem fim

24 de jul. de 2010

Hoje!

Hoje o tempo fala por mim. Deixei ele correr sem me preocupar com as duvidas e as rugas do meu rosto cansado. E quando mesmo elas aparecem? Quando será que acharei as respostas para tantas perguntas? Quando, por um só dia, deixarei de pensar no amanhã?
Hoje! Hoje mesmo!
Entreguei os pontos. 
Desmontei a armadura e estou pronta para o combate.
De cara limpa e sorriso aberto. 


"Da luta não me retiro
Me atiro do alto e que me atirem no peito
Da luta não me retiro"
Fernando Anitelli

20 de jul. de 2010


Preciso de uma garrafa de vinho, algumas almofadas no chão quente da sala, bons papos e bons amigos reunidos. Preciso contemplar às 24 horas do dia que insiste em desafiar minha paciência. Preciso de um aconchego, de conselhos, de alguém que não me desanime e continue vibrando no “Vamos cair no mundo”. Preciso ouvir músicas por horas seguidas, ler bons livros, arrumar minhas pastas e o mundaréu de papéis nas minhas gavetas.
Mas hoje, eu só preciso de você.

14 de jul. de 2010

Obrigada!

Fiz as pazes com minha alma. Fechei os olhos quando senti medo e ao contrário de ganhar um abraço, ganhei palavras. Doces e sábias palavras que precisavam surgir para mexer com todos meus sentimentos confusos. Abri os olhos. Abri a porta do meu novo amanhã. Busquei a flor mais linda e a nuvem mais azul vista da janela de casa. Olhei pra mim e percebi o que me faltava. Me encontrei. Encontrei você. Por que eu realmente precisava de um incentivo. E como se não bastasse, ele veio acompanhado de um carinho tão gostoso que me fez passar horas com um sorriso bobo. Hoje, eu não preciso de mais nada. Estou construindo uma vida, que bela ou não, é a minha vida. Estou aprendendo, quero aprender e comecei superando meus limites. O desafio de hoje é seguir essa estradinha de pedra, erguer a cabeça e desejar que amanhã o sol nasça ainda mais bonito.

Pode sorrir Thays!

"Quando o coração sente o que a razão desconhece, 
entenda que não existe tempo para o amor. 
Feche os olhos e sinta!"
Tainá Facó

12 de jul. de 2010

Um novo amanhã


Minha única certeza é a dúvida. Essa dúvida que me consome todos os dias. 
Esse mistério que ronda meus sonhos, que me deixa triste, que faz a vida parecer tão difícil. Nunca achei que fosse fácil (ninguém falou que seria), mas também  não entendia quando alguém falava em dificuldade. Mesmo assim, nunca desisti sem antes tentar. Nunca precisei voltar atrás, nunca falhei com minhas vontades. Simplesmente porque sempre agi com a mente e o coração tranquilos. Se hoje a dúvida me consome, deve ser para que eu aprenda alguma coisa e tire proveito disso. Sentir, eu já sinto. Preciso agora aprender a enfrentar as novas dificuldades e buscar um novo dia. Um novo amanhã.




Um dia difícil é só um dia difícil.

11 de jul. de 2010

eu me perco nesse teu sorriso cheio de sonhos.

10 de jul. de 2010


E se ao invés de tocar a sua campainha na madrugada, eu preferisse o aconchego do meu travesseiro? E se ao invés de almoçar todos os dias com você eu preferisse estar sozinha? E se todos os meus planos contigo fossem colocados dentro de uma caixinha velha e guardados na última gaveta do guarda roupa? E se as nossas fotos não tivessem mais tantos significados e o teu perfume não me agradasse mais? E se, num instante qualquer eu percebesse não sentir mais ciúmes? Ainda assim, você me amaria?

5 de jul. de 2010

"Te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em tudo outra vez"

Caio Fernando Abreu