14 de ago. de 2008

‘Cabeçote’ procura companhia

Onça de 22 anos está sozinha no Zoológico Bosque Guarani a espera de uma nova amiga para dividir o recinto

Thays Petters – Estagiária de Jornalismo
Fotos: Roger Meireles


Nascida em 1986 na cidade de Curitiba e transferida para Foz do Iguaçu há 12 anos, a onça pintada “Cabeçote” está à procura de uma nova companhia.
A amiga com quem dividia o espaço de 200 metros quadrados morreu no mês passado, devido à insuficiência cardíaca e à idade, - estava com 25 anos-, o que para o biólogo responsável pelo Bosque Guarani, Sidnei de Oliveira, é uma idade avançada. “Animais predadores vivem em média até 20 anos em cativeiro. Para os que vivem na natureza, esse número cai pela metade”, afirmou.
Desde então, Cabeçote permanece sozinho no recinto, onde recebe tratamento privilegiado e acompanhamento de veterinários e especialistas. Segundo Oliveira, para evitar qualquer problema de saúde com o animal, estagiários de biologia realizam diariamente um estudo comportamental, elaborando relatórios e análises sobre o cotidiano da onça. “Ela está bem, não apresentou nenhum aspecto negativo depois da perda. Até agora tem reagido naturalmente”.
Mesmo assim, o biólogo não descartou a possibilidade de ocorrer mudanças. “É possível perceber que ela sente falta de companhia devido ao esturro (som emitido pela onça) quando o tratador ou alguma pessoa se aproxima; isso é sinal de carinho”, explicou.
Cabeçote vive em um espaço duas vezes maior do que o exigido pelo Ibama e recebe cerca de três quilos de carne diariamente e pedaços de ossos para fortificar as presas.
Além disso, veterinários realizam exames completos, para verificar as condições dentárias e a qualidade de vida do animal. “Temos equipes a disposição 24 horas por dia”, ressaltou o biólogo.
Como Cabeçote nasceu em cativeiro e não está acostumado a ficar sozinho, Sidnei reforçou o pedido para a onça ter novamente uma amiga. “É importante para que ela não fique sedentária ou apresente sintomas que afetem sua saúde”. Vale lembrar que a companhia deve ser uma fêmea com idade para reprodução (acima dos seis anos).

Procedimento
Como explicou Oliveira, todos os zoológicos do Brasil são subordinados pelo Ibama (Instituto de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), que recebe relatórios com o banco de dados de cada entidade. A partir desses registros, disponibilizados por todos os zoológicos do país, é possível encontrar em alguma cidade uma onça que possa ser doada. “Essa é apenas uma das parcerias que podem ser feitas”. Outra forma de ajudar o Cabeçote a ter uma nova companhia é denunciar os circos que utilizam animais silvestres como atração.

Animais em Circo
O projeto de Lei 16/2008 aprovado no dia 7 de julho de 2008, proíbe em todo o município de Foz do Iguaçu a “apresentação, manutenção e utilização, sob qualquer forma em circos ou espetáculos assemelhados, de animais selvagens ou domésticos, nativos ou exóticos”. Para denunciar qualquer tipo de irregularidade e maus tratos com animais, ligue para 3574-1804(Ibama) ou 3575-8267 (Polícia Florestal)

Um comentário:

Aline Aguayo disse...

Muito boa a matéria nega!!

;*