Os aspectos da cultura de massa tornam o jornalismo cada vez mais fraco, se comparado com grandes produções científicas
Foi o tempo em que profissionais da área de comunicação podiam viajar pelo mundo, descobrir novos horizontes, investigar, obter informações concretas, para daí então, elaborar uma boa matéria e obter várias vantagens com a divulgação da pesquisa. Isso raramente acontece hoje, devido ao mundo consumista em que vivemos. A relação do emissor com o receptor deve ser rápida e eficiente, como a vida urbana e a escala industrial nos obrigam a ser. O que podemos perceber muitas vezes é a superficialidade de matérias e até mesmo a falta de informações contidas.
Fica claro perceber no artigo de Isabel Travancas, reais semelhanças entre as profissões de jornalista e antropólogo. O que se deve frisar é o árduo trabalho de jornalistas no Brasil, principalmente em cidades do interior.
A carga de cinco horas de trabalho por dia, permite ao profissional ter até dois empregos, mas na maioria das vezes, por falta de adaptação ou a própria escolha do veículo de comunicação ao qual ele pertence, não permite.
Em um jornal impresso, por exemplo, o jornalista exerce a função diária de chegar à redação, levantar suas pautas, ler as principais notícias, ir atrás de suas fontes, enfrentar o que vier pela frente, voltar à redação, escrever duas ou mais matérias, sem a certeza de que suas pautas ou matérias podem cair.
Esta manobra contra o tempo pode ser vista diariamente, através de matérias frias ou com pouca pesquisa. Esta padronização, também fruto da indústria cultural, torna a notícia mais um produto, e o jornal, mais uma empresa que pensa e trabalha para garantir lucros. Conduzindo o leitor a um pensamento rápido e lógico, sem ter muito o que questionar (o grande mal da humanidade).
Acredito ainda que o jornalista seja o mediador da sociedade civil e o porta-voz de uma nação, mas no atual momento, o prático ganha destaque.
Como revela o artigo analisado – Jornalistas e Antropólogos – Semelhanças e distinções da prática profissional -, o antropólogo se desloca de sua função de repórter para assumir um lugar do homem público. Ele desfruta de uma liberdade de escolha, pois não precisa entregar a matéria com o prazo de tempo estipulado. A jornalista descreve como “paradigmática” a profissão de um repórter, pois ele não tem a liberdade de escolha, opções e prazos, como tem um antropólogo.
A minha afinidade com o tema e a questão do jornalista e seu papel com a sociedade me fez perceber pontos positivos e negativos, como em qualquer outra profissão. Acredito ainda, que seja de suma importância o papel do antropólogo e sua produção científica com a sociedade. Apenas me entristeço em saber que a nossa vida profissional pode estar baseada em regras e padrões criados por nós mesmos.
- O porquê da escolha do tema
Para que nós, futuros jornalistas possamos debater situações que estão fazendo do nosso trabalho, uma máquina. A realidade está feita sob padrões e regras como a ditada em uma matéria. Se ela for um “furo”, o repórter poderá se destacar; caso contrário, ele deverá seguir padrões de escritas elaboradas pela própria empresa jornalística. Isso me faz pensar em mudanças, em novos conceitos para nossa área. Portanto, a afinidade com o tema vem justamente pela fraqueza dos aspectos vivenciados.
- Apropriações
Dou importância ao desempenho tanto do jornalista quanto do antropólogo pelo trabalho elaborado em cada campo. Creio eu que todos sejam empenhados na produção de um saber científico, mesmo com o poder da indústria atrapalhando a produção jornalística. Por fim, não quero pensar que, mesmo o consumismo diário, sirva para “embrulhar peixe”.
3 comentários:
Nossa!você esta virando uma intelectual.Muito pernitente sua matéria.Me fez pensar sobre a profissão, e ver uma realidade que infelizmente está bem na nossa cara.Parabens
Muito legal! Mas preste atenção na avaliação sobre o trabalho jornalístico. Nunca houve tanto aproveitamento de trabalho free (inclusive dos que saem pelo mundo!) como hoje. A proliferação de títulos e a ampliação de mercados provoca isso de forma mais aguda !
O que vc procura tem nome: JORNALISMO LITERÁRIO!
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