6 de mai. de 2010

Uma vida, um amor

Fui trabalhar na quarta-feira de manhã e na redação do jornal recebi uma notícia muito triste. A mulher de um colega nosso havia falecido naquela madrugada. Eu, que não conhecia a pessoa, mesmo assim fiquei em choque. Ela era super nova, na faixa dos trinta anos. Vítima de um AVC (Acidente vascular cerebral), a Carlinha, como era conhecida, deixou nosso colega Marcos Labanca e todos aqueles que a amavam muito. Deixou – como eu digo – de corpo presente, porque alguém que amamos de verdade jamais se apaga da nossa vida. Ela não morre nunca.

Não sei por que, mas do momento em que recebi a notícia até o final do dia, pensei demais sobre vida, morte e pessoas. No final da tarde também descobri que ela não era tão desconhecida quanto eu pensava. Vi a Carla algumas vezes na padaria perto de casa. Ela também era irmã do Fungo, um cara muito amigo dos meus vizinhos. Daqueles amigos que já fazem parte da família. E eu, como sempre estive muito próxima a família da Carol lembrava das muitas vezes em que o Fungo esteve lá. Então eu pensei: Como essa cidade é pequena. E Não. A vida é quem é pequena.

Conversando com a minha mãe ela disse; “Essa vida não vale nada filha. Um dia a gente ta aqui e no outro não”. A tão filosófica frase de mamita me fez perceber [mais ainda] o quanto somos pequenos diante desse universo imenso. Pequenos de matéria. Grandes de sentimento.

Só entende a dor da perda quem realmente já viveu ela. E eu entendi ao ver os olhos do Marquinhos hoje de manhã, quando o encontrei na rua trabalhando. Ao mesmo tempo em que me assustei vendo ele ali, entendi o motivo daquela decisão. Sem ter o que dizer, dei um abraço forte nele e olhei bem dentro dos olhos como quem diz: “eu sei o que você ta sentindo”.

Senti há exatos nove anos, e sinto cada dia da minha vida. Mesmo que suavemente, ela vem todos os dias. A diferença é que aprendemos a lidar com a saudade e descobrimos forças de onde jamais imaginávamos. A vida é assim, vive pregando peça na gente. Talvez seja por isso eu tenha tanto medo da morte, da solidão, do silêncio. E é por isso também que eu celebro a vida, todo santo dia!

Tenho certeza que o Marquinhos também celebrou ao lado da Pretinha dele. Tenho certeza que amou e amará para sempre. Assim como eu amei e continuo amando quem ta lá em cima olhando a gente.

E mesmo estando só de passagem, ainda tenho muito o que aprender.

2 comentários:

Genilda de Melo disse...

A morte tem este poder de nos fazer parar e pensar um pouco na vida.
Entramos num estado de reflexão.
Pensamos: e se fosse eu? Ou então: puxa, tinha tanta vida pela frente...
Parece que nos desacelera do dia a dia atarefado, nos faz olhar para dentro de nós mesmos.

carol~ disse...

Fiquei chocada com a notícia também. passei o dia repetindo a frase: não acredito que isso tenha acontecido!


nao acredito...