7 de ago. de 2009

O berço.

A modernidade nos ensina muitas coisas, mas também retarda outras. Conheci pessoas que por muitos motivos, foram criadas por avós ou babás. (Vale lembrar que a maioria tem acima de 20 anos). Como educação vem mesmo de berço, tanto avós quanto babás faziam o que era possível para educar uma criança. Mesmo que a babá não tivesse estudos, ela sabia classificar algo como certo ou errado. E se preciso fosse, não evitava em dar uma palmada no bumbum. As palmadas nunca serviram pra machucar, e sim uma forma de ‘alerta’ para não acontecer de novo. Se hoje, pensarmos nisso, a babá corre o risco de ser processada pelos pais da criança. Inúmeros são os crimes que poderiam constar no ‘currículo’ da babá, porque sem dúvida, ninguém pensaria pelo lado positivo; a vontade dela em querer ajudar.

Vejo, e com freqüência, a impossibilidade de muitos pais criarem seus filhos e optarem por babás para ‘fazer o serviço’. Elas, - que na maioria das vezes também realizam o trabalho doméstico – fazem de tudo para educar bem a, ou as crianças. Daí, que na maioria das vezes, essas crianças são pestes, desobedientes, hiperativas, - e não querem saber de nada. Como já nasceram ‘modernas’, elas entendem que a babá também é ‘empregada’ delas, e como ‘super modernos’ que são, sabem muito bem que se ‘algo’ acontecer, a babá será demitida.
Ou seja: as crianças estão sempre certas. Foda-se a babá!

Não quero aqui generalizar. É claro que existem péssimas babás, assim como existem ótimas crianças. Quero apenas lembrar que alguns dos nossos valores estão se perdendo com o passar dos anos. O que antes era tratado como forma de educação, hoje trata-se como crime.

Vou dar alguns exemplos; a Carol, minha vizinha, amiga e quase uma irmã, foi criada pela Cida (empregada da casa). A mãe da Carol sempre trabalhou fora, e a Cida era quem cuidava dos seis filhos. (Leia-se bem: SEIS filhos!) Entre eles, estava a Carol, a mais novinha e também arteira. Onde tinha confusão e bagunça, lá estava a Carol, e em alguns minutos estava também a Cida, buscando a dona moça.
A Cida usava varinha (é aquelas de árvore mesmo) pra ameaçar a Carol, que por sinal não dava muita bola. A Cida nunca usou a força para educar, apenas umas palmadas por cima da fralda (o que não fere ninguém). Era ela quem limpava a casa, fazia almoço, esquentava a mamadeira com leitinho. Era Cida que fazia a Carol dormir, e era a Cida que ficava com as crianças até tarde da noite. É claro que a educação mãe sempre foi fundamental, mas a Cida foi a base para a educação das crianças. Eu só sei de toda essa história porque minha amiga me conta com orgulho da infância que teve a Cida como personagem principal.

Então hoje, quando vejo a babá de outro vizinho passeando com duas crianças e um cachorro, e sem autonomia para lidar sequer com o vira-lata, eu fico triste. Triste em ver que ela obedece a regras impostas pelos patrões, onde o bem estar e a alegria das crianças vem em primeiro lugar, independente da boa educação.

Em um simples passeio pelas ruas, vejo duas crianças completamente mal educadas. Correndo pelas calçadas, atravessando a rua sem olhar para os lados, gritando, querendo isso, querendo aquilo, provocando os cachorros da vizinhança e por aí vai. Olhando da minha janela em pouco menos de cinco minutos, percebi que a pobre é realmente uma pobre coitada. Não tem direito a nada, muito menos a falar um ‘não!’ para os pequenos. E é desta forma que o Brasil anda.

Eu penso apenas de uma forma: Se não terá tempo para estar com a criança, não tenha filho. Não coloque no mundo alguém que estará sempre livre a tudo. Não coloque no mundo alguém que verá nas regras apenas mais uma forma de desobediência. Não construa mais um monstro pra esta pobre sociedade.

2 comentários:

Paloma Flores disse...

[Suspiro]
Ai, o mundo está mesmo perdido, não está?

Sil disse...

Oii...

Olha, concordo em gênero, número e grau..r.srs.

Minha mãe foi babá e doméstica por muitos anos quando éramos crianças, mas antes disto, ela nos educou e muito bem por sinal...

Ela realmente criou os meninos.. foi muito bom para eles, eu acho...

Porém, na hora de ajudar na educação dos meus sobrinhos (seus netos) ela se esqueceu disto e os mima de forma absurda!! Eu odeio isto...

Eu brigo com meus sobrinhos como se eles fossem meus, e penso que, se depender de mim, eles terão algum tipo de respeito e educação...

Bjos e bom domingo!!