Quando éramos crianças, Thayná e eu acordavamos as seis horas da manhã para procurar ar as cestas com ovos de páscoa. Disputávamos quem iria encontrar primeiro e aos gritos uma alertava outra sobre o ''achado''. Naquela época costumavamos menosprezar a criatividade da nossa mãe. Achávamos que ela esconderia os chocolates nos mesmos lugares que no ano anterior, e é claro que isso não acontecia.
Passávamos um bom tempo procurando - e olha que nossa casa nem é tão grande assim. O problema era a nossa falta de criatividade e não a dela, que sempre surpreendia.
Assim que descobertas, corriamos com as cestas para o quarto acordar papai e mamãe. Nossa páscoa começava ali, com quatro pessoas amontoadas numa cama de casal logo nas primeiras horas da manhã. Quando acordado, meu pai ligava a tv para ver a Fórmula 1 e gostando ou não, continuávamos ali, desembrulhando os ovos e ouvindo os barulhos dos motores. [E é exatamente este barulho que muitas vezes me acalma. A fórmula 1 virou a minha fórmula!]
Hoje a páscoa foi diferente. Optamos em trocar barras de chocolate e não ovos, já que ninguem quer engordar demais. Para mamãe comprei um ovo, ela merece! Minhas avós não perderam o costume de presentear os netos, mesmo sabendo que agora eles é que podem presentear. O almoço em família foi digno de foto para o retrato da sala de jantar - pena que ninguem nunca lembra de tirar. A tarde - totalmente familiar - passou num piscar de olhos,e até agora, no fim de noite, ninguém cojitou a palavra "segunda-feira".
Os anos passaram, as cenas mudaram, mas a Páscoa continua me encantando, não apenas pelo real significado dela, mas tambem por essa união. Por esses momentos que me fazem ter certeza da reciprocidade que existe aqui, nesta familia "portuguesa com certeza"!
Hoje eu só posso agradecer e desejar que todos tenham um Feliz domingo de Páscoa, assim como eu tive!
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