Reza a lenda que Carlos Drummond de Andrade um dia escreveu: “Quem não tem namorado é alguém que tirou férias remuneradas de si mesmo”. Caso o texto (que pode ser lido na íntegra aqui) não seja mesmo do autor, eu ainda concordo em gênero, numero e grau com todos os tópicos levantados.
Resolvi buscar o texto na internet ao me dar conta de que namorado [as vezes] faz falta.
Eis a situação: Estou eu, trabalhando em uma segunda-feira nublada na cobertura de um evento em um shopping da cidade. Vou acompanhada do Francisco [vulgo Kiko], o fotografo do jornal. O Kiko é daqueles caras que já escutou todas as histórias de amor, já conhece seus ‘ex-ficantes’, os não ficantes, os gatinhos e não gatinhos. Na verdade, entre uma pauta e outra, ele também me conta das namoradas e namorinhos dele, mas sou eu quem sempre bate os recordes de falação. É ele também que sempre empresta uns trocados pra comprar um risoles ou uma coxinha de frango na padaria. E hoje, o Kiko resolveu me pagar uma casquinha do Mac Donalds. [Juro que estou rindo só de lembrar a cena]. Kiko olha pra mim e diz: Você quer um sorvete? E eu, no modus operandi [grossa-jornalista-falida] respondo: Você vai pagar? E o querido Kiko responde com sutileza: Claro Thays! Então ele me compra a casquinha e eu agradeço com o coração partido. (Sou meio grossa às vezes). Olhei pra ele e disse: Kiko, faz tanto tempo não ganho um sorvete que tô até feliz. [Pausa para o momento Kiko rindo da minha cara]. Acho que ele preferiu não falar nada para evitar que eu o xingasse novamente. Então lembrei de outro dia quando ele me emprestou o cartão de crédito na farmácia pra pagar por um Atroveran [o remedinho favorito das mulheres em dias de TPM]. O atendente da farmácia deu até uma risadinha e soltou o comentário: “A conta é sempre deles, não é?”. Achei tão desnecessário aquele comentariozinho petulante que nunca mais voltei a tal farmácia. Depois de muito pensar, notei que um namorado realmente faz falta em algumas situações, mas neste momento, ainda prefiro pagar o que devo ao Kiko e me deliciar com a casquinha do Mac paga com gentileza por um grande e querido amigo!
E não, não pensem besteiras quanto ao Francisco. Ele não merece! Somos capricornianos com gênios completamente diferentes, mas na convivência diária com essa pessoa descobri um amigo e tanto para dividir meus “podres” e minhas alegrias de vida!Viva o sorvete, os cafés e as coxinhas da padaria! Viva o Kiko!