29 de abr. de 2010

Balas vermelhas de goma

Tive um namorado que não sabia fazer surpresas. E eu detestava isso.
Pensava que faltava a ele um bocado de imaginação. Mais tarde descobri que a imaginação era pra outra coisa. Ou melhor dizendo, era ‘outra’ mesmo.
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Mas mesmo assim, antes disso, ele até tentava ser legal. Quando eu falava – “Ai amor, não tomei café da manhã hoje, estou com tanta fome”, aí ele mandava uns pães de queijo ou uma baguete deliciosa. Em outras ocasiões eu quase “pedia” uma surpresa e vez ou outra ele aparecia com uma caixa de bombons. Era o cúmulo. Eu e ele. Dois idiotas.
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Acho que mais idiota era eu, que acreditava num sonho impossível. Imaginava ele chegando bem cedo no meu trabalho segurando uma xícara de café com leite da padaria e aquele CD lindo de que tanto eu havia comentado. Imaginava entrar no carro e ouvir a nossa música. Imaginava chegar no dia dos namorados e ter um encontro à luz de velas, com flores e vinhos.
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Pois bem! “Acorde Thays. Nem esse seu ex e nenhum outro homem vai fazer isso”, é o que dizia minha melhor amiga, a Vitória. “Pra eles, isso é coisa de boiola”, ela reiterava.
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Então, muito que de repente, quando eu já não pensava em surpresas e namorados, quando já tinha me acostumado a ir ao cinema com a mãe, quando tomar sorvete sozinha era até mais divertido, quando o sábado e domingo chuvoso já não era tão deprimente e quando tudo já estava normal na vida de solteira feliz, eis que surge ele, com um pacote de balas vermelhas de goma. Sim, vermelhas, as minhas favoritas! A então viciada em balas de goma se surpreendeu.
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Onde esse cara achou um pacote de balas vermelhas, sendo que eu – a mais fanática – nunca havia encontrado?. E pior, sempre que comprava aquelas sortidas, separava as vermelhas e distribuía as verdes, amarelas e laranjadas. Algumas pessoas até diziam que o gosto era o mesmo, só mudava a cor. Mas eu jurava – e juro até hoje – que o gosto é sim diferente e a vermelha é mais gostosa.
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Então, com aquela cara de anjão, ele confessou que havia escutado uma conversa [tosca], onde eu revelava ser apaixonada pelas balinhas vermelhas. (O que mais ele deve ter ouvido?)
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Querendo agradar (ou mais que isso), ele comprou mais de 20 pacotes de jujubas sortidas, separou as vermelhas e pediu para a mãe dele embalar. Não sabia se ria, se chorava ou se pulava no pescoço dele. Não era uma simples surpresa. Era a surpresa mais linda de todas. Era uma delicadeza, um sonho, um amor. E claro que do pacote de balas vermelhas ao meu coração foi um pulo só.
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É como eu sempre digo: Vida longa as balinhas de goma! Elas me fazem tão feliz!

5 comentários:

Tainá Facó disse...

Textinho tão doce que deu pra sentir o gosto daqui!

carol~ disse...

as vermelhas são as melhores mesmo!!!

(thays, que delícia, hein?)

El Bode disse...

=~~~~~~~~~~~
shit. isso me deprime Huiehieuheuiheuhe

Josi Puchalski disse...

Lindo...realmente grandes surpresas podem ser simples.

Beijo

Unknown disse...

Viva as balas de goma .