Criado em 2007 para atividades extra-curriculares no curso de Jornalismo, o blog se tornou um diário, um encontro comigo mesma, talvez até um cano de escape. Nele, estão pensamentos, opiniões, poesias, músicas, e tudo o que me interessa. Tudo o que nos interessa. Meio fora de moda, ele continua sendo meu queridinho, e espero que assim seja para todos vocês!
17 de ago. de 2009
FESTIVAL ESTRANHO FESTIVAL.
Em alguns textos anteriores acredito que pude deixar claro sobre a identidade do cinema brasileiro, e até mesmo quem me conhece, sabe o quanto declaro minha paixão pela a filmografia nacional. Infelizmente, no dia 13 desse mês fui testemunha de uma das mais vergonhosas homenagens que o cinema nacional já recebeu e tomei como prova o fracasso do Festival de Cinema de Gramado desse ano. E declaro que a cada ano de sua existência o festival assina seu atestado de insanidade.
Homenagear Xuxa Meneghel, celebrar e honrar a produção em massa de materiais sem cunho artístico e colocar a “rainha dos baixinhos” como contribuidora da identidade do cinema brasileiro? Defender que ela fez filme de sucessos é praticamente assistir forçadamente uma sessão de comédia do ridículo, e assumir que Sacha Baron Cohen é o nosso rei. A receita do sucesso de um filme não é essa, a presença de Xuxa nos cinemas a cada fim de ano também não. O que forma público e sucesso de um filme são histórias bem contadas, envolventes e diferentes daquelas da televisão. A marca Globo estampada numa tela de cinema, não quer dizer que aquilo necessariamente é cinema, a criança alienada a isso, nunca descobrirá a diferença entre arte e televisão.
Um Festival de Cinema que até certo ponto assumia o seu conceito de arte, hoje promove a exploração e homenageia a censura do pudor. Seria a tentativa de criar um carnaval com o objetivo de ser visto novamente como um dos principais festivais do país? O festival pagou R$ 60 mil reais à “Rainha” para ofender e envergonhar mais uma vez a identidade do cinema brasileiro. Acusar que sofreu preconceitos, dizer que é do povo e finalizar a palavra com um clichê “Eles vão ter que me engolir” já ultrapassado é um discurso sem coerência alguma. Enfim, tudo bem. Se vangloriar com o “cuspe” da Rainha é vergonhoso, aclamar seu discurso, mais ainda.
(Amores, o texto é do meu amigo e colunista do jornal A Gazeta do Iguaçu, Murilo Silveira. Já estava com a idéia de falar sobre este assunto, e como o Murilo se antecipou, resolvi publicá-lo no blog e dizer que FAÇO DELE MINHAS PALAVRAS.)
Mechitoteiaviu!
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3 comentários:
Pois é mulher...
Isto é complicado!!
Eu tenho percebido que o cinema brasileiro tem melhorado cada vez mais com o passar dos anos.. isto me deixa muito feliz.. mas penso em sentir na pela destes novos diretores que tem elevado o nível dos novos filmes a sensação de ver uma homenagem tão absurda quanto esta...
Claro que a renda obtida nos filmes "infantis" feitos pela Xuxa é bem elevado.. mas, isto não é suficiente..
Mas enfim...
Como todo bom brasileiro, não vamos desistir de um dia toda esta visão superficial mude e finalmente possamos homenagear pessoas que possuem sim, um grande valor.
Boa semana!!
"a criança alienada a isso, nunca descobrirá a diferença entre arte e televisão."
Não consigo nem comentar esse episódio, melhor fingir que não foi conosco (brasileiros em geral), erguer a cabeça e sentir o cheiro do ralo.
Concordo plenamente... É não ter o que homenagear, sinceramente!
Abração! Deus a abençoe!
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