Achei um artigo de Gustavo Barreto que fala sobre a imprensa alternativa no país. Mais que isso, ele faz uma crítica ao que nós (jornalistas ou quase jornalistas), chamamos de imparcialidade.
O que aprendemos na faculdade é que um repórter tem sempre que ouvir os dois lados, e então fazer um contraponto, respeitando, é claro, as informações de cada fonte.
Mas, eu nunca havia pensado que essa "imparcialidade" é muitas vezes a falsidade do jornalismo. Aos interessados; vale a pena ler:
Tendo maior poder de negociação, as pessoas que menos sofrem com a recessão possuem um acesso muito maior à mídia. E a isto boa parte da mídia chama de "imparcialidade".
Eles dizem: "Vamos, de forma imparcial e democrática, ouvir o megaempresário e o mendigo. Vamos colocá-los juntos e ouvi-los". Aí o mendigo não consegue falar, não consegue passar sua idéia. Ele está desorganizado, não conhece os outros mendigos. Está desesperado. Se o pessoal da produção oferecer um pão, a crítica dele já será outra, mais mansa.
Depois fala o megaempresário. Possui três empresas, provavelmente herdadas do pai, do tio, do avô. Está confortável em sua posição, viaja duas vezes por ano para a Europa, participa de um seminário por mês, onde encontrará todos os seus amigos megaempresários. Naturalmente ele estará mais à vontade para colocar suas posições.
Esta é uma metáfora, pode ser visto como uma metáfora, mas é parecido com o que acontece, de forma mais geral, com os diversos segmentos de nossa sociedade.
Depois fala o megaempresário. Possui três empresas, provavelmente herdadas do pai, do tio, do avô. Está confortável em sua posição, viaja duas vezes por ano para a Europa, participa de um seminário por mês, onde encontrará todos os seus amigos megaempresários. Naturalmente ele estará mais à vontade para colocar suas posições.
Esta é uma metáfora, pode ser visto como uma metáfora, mas é parecido com o que acontece, de forma mais geral, com os diversos segmentos de nossa sociedade.
A grande mídia, ou boa parte dela, não consegue nem enxergar isso. Muitas vezes — mas não todas — não se trata de má-fé. No entanto, é no mínimo patético pegar o cara que já nasceu condenado a todas as formas de injustiça e colocar no mesmo patamar que o garoto da Zona Sul, que teve uma educação européia. É no mínimo ridículo.
A isso chamam "imparcialidade".
A isso chamam "imparcialidade".
Um comentário:
É... o dia q qquer veiculo for imparcial, totalmente... Quem sabe a notpicia será tbm 100% verdadeira...
Postar um comentário